Guerreiros da Paz

Os meus últimos textos (eu tenho um sonho e Abaixo as Armas) foram inspiração para a criação de linda canção. Isa Vizioni, nos presentou com essa música: Guerreiros da Paz.

Ascendeu, a luz de uma nova era.
A noite trouxe o despertar.

E não é mistério a criança brincar, como não há segredos nas ondas do mar. A sabedoria do tempo é o AGORA.

Viemos só para dizer, na busca da paz não existe guerra.
Guerreiros sem armas, de mãos dadas.

VOA!

Cantando a mesma canção, sonhando com os pés no chão. Sementes do novo amanhecer da Terra.

Abaixo as Armas!

Em 1889, uma baronesa chamada Bertha von Suttner ficou famosa por escrever a obra chamada: Die Waffen nieder! Abaixo as armas.

Nela, Bertha descreve os horrores de uma guerra pela perspectiva de uma mulher, defendendo a ideia de que é possível resolver “conflitos” através da conversa, sem utilizar-se da força e/ou armas.


Para ela, a “guerra” é a negação da evolução em todas as direções. “É uma imensa ofensa cometida pelo homem de hoje contra o homem de amanhã”.

Lutando profundamente pela paz, Bertha tornou-se em 1905, a Primeira mulher a ganhar o Prêmio Nobel da Paz.

Você acredita?

Vale lembrar que naquela época o pacifismo era visto como uma utopia, querido amigo. Mas, ela, mesmo vindo de uma família aristocrata e sendo filha de um pai militar, se opunha ao sistema e afirmava: “A PAZ será possível através de leis que respeitem e valorizem a VIDA”.

Bertha acabou com a guerra? Não. Mas ela deu VOZ ao que estava insconsciente. Fez pensar. Questionar. Assim como Martin Luther King, Gandhi, Mandela, Madre Tereza, Malala entre tantos outros reconhecidos e desconhecidos.

E nós, aqui, os “lunáticos, utópicos, os viajados, hippies, doidos”. Sei lá como alguns gostam de falar, queremos somente fazer pensar, porque acreditamos em uma sociedade com pessoas mais conscientes.

Trocamos: “o quê eu ganho com isso”, para: “como posso ajudar com isso”, entendendo o verbo AMAR e AJUDAR como parte do progresso.

Quantas “Guerras” travamos até o momento? Quantas palavras já foram ditas? Destruídas? Inventadas? Quantas Ideas? Achismos? Extremismo? Alguém pensa na próxima geração?

Eu tenho um sonho de que você, desconhecido, da minha geração, busque a sua própria paz, através da consciência sobre seus atos. Então: abaixe as suas armas e encontre as suas asas.

Fazemos parte do todo, meu caro. Somos Martin, Madres Teresa, Nelson. Somos Gadhi, Obama, Malala. Somos Bertha da nova geração.

Bertha von Suttner

Eu tenho um sonho

“Eu tenho um sonho de que todos os conflitos dentro de casa, possam ser resolvidos através da conversa e do respeito entre pais e filhos.

Eu tenho um sonho de que a palavra seja valorizada como um caminho para a cura dentro da sua família. Eu sonho que todos vocês: seu pai, sua mãe, sua irmã, irmão, conversem. Que enquanto alguém estiver falando, você ouça verdadeiramente, concordando ou não, mas sem julgar se está certo ou errado. Ao final, não deixe de dar o seu ponto de vista. Se alguém que você ama discordar, está tudo bem. Você não precisa convencer ninguém.

Eu tenho um sonho de que nenhuma palavra, te defina. Se alguma te machucar, fale. Fale o que pensa, o que acha, dê o seu ponto de vista e sobretudo, fale como se sente.

Não tenha medo de ser você. Não se diminua para se encaixar a um padrão que não faz mais sentido. Mas não culpe quem veio antes de você. Seus pais, te deram a vida, e foram quem podiam ser. Honre a sua história.

Lembre-se: você tem o propósito de evoluir nessa vida. Para isso é preciso aceitar as tuas próprias sombras. Olha, eu vou te falar: abraçar a sua vulnerabilidade não é ser frágil, é ser corajoso. Você não precisa ser perfeito. Nem melhor, nem pior. Você já é incrível exatamente como é. Confia na sua força, no teu sorriso, na tua alegria e joga fora a capa de vítima que costuma usar. Ela é pesada demais.

O mundo, precisa de você agora mesmo. Vai lá brincar, pular, sorrir. Vai lá escrever, desenhar, colorir. Vai fazer a tua arte. Vai bater as tuas asas e voar”

Quando isso vai acontecer? Bem, quando você, adulto que me lê, começar a mudar, se valorizar e voltar a sonhar. Você não vai resolver o mundo hoje, mas vai no hoje contribuir com o amanhã de uma criança.

Esse é o meu grande sonho: que os seus pensamentos, palavras e atitudes contribuam para a felicidade de todos.

Você pode dizer que eu sou uma sonhadora. Mas eu não sou a única”. Eu espero que um dia você se junte à mim. E ai, então, seremos nós, e aos poucos o mundo “será um só”.

Com amor, Fabi Lemos.

O meu lugar

O dia estava lindo. O sol brilhava, enquanto Ana se arrumava para o seu compromisso. Hoje daria uma aula para os pais dos alunos de uma escola da sua cidade. Ela se arruma, se perfuma, sorrir para espelho, pega as suas anotações e segue seu caminho.

Sem sapatos, Ana caminha como se flutuasse em meio ao barulho da cidade. Ela enxerga o que quer ver: a natureza. Sente o perfume das flores; olha para o céu, vê que mesmo de dia, a lua já começa a aparecer.

Ana chega à escola. Há muito verde, muita cor e muita vida ali. Seu coração está acelerado. Ana vê as placas que indicam a sala da sua palestra: encontre o seu lugar. Sala 180.

Ana abre a porta da sala. O ambiente está escuro. As portas e as janelas estão fechadas e ali haviam pessoas estranhas. Umas falam alto. Outras estão cabeça baixa. Elas se vestem iguais. As crianças não podem brincar, mas podem ficar quietas no celular. A sala tem um cheiro de fofoca. De inconsciência. De reclamação.

Ana não faz barulho, tenta um bom dia, mas ninguém responde. Ela abre as janelas, deixa a porta aberta, coloca uma música, e senta-se no chão de olhos fechados. É hora de mudar o rumo do encontro.

Aos poucos, o barulho diminui e as pessoas, finalmente enxergam a moça. Ela se apresenta, pede que todos tirem os seus sapatos, e larguem o celular em um cesto do lado de fora. De olhos fechados, ela pede que voltem e sentem-se no chão. Avisa também, que lugar de criança é brincando e não em uma sala fechada no celular. “Deixe os filhos de vocês sentirem a natureza lá fora. Quem quiser ficar aqui será bem vindo, quem não, fique à vontade para sair.

Ela começa: “você é uma pessoa normal, dentro do padrão, que sempre fez o que te pediram para fazer?

Todos disseram: sim.

“Então vocês sabem me dizer quem são vocês, sem me falar da sua profissão? Ninguém respondeu.

Ana continua: “você quer criar filhos dentro do padrão? Querem que se tornem adultos medianos, que nem sabem responder quem são? Ou querem criar filhos livres, criativos, verdadeiros, bondosos?

Você está aqui hoje para descobrir quem é você sem as máscaras sociais que colocou por toda a vida.

Silêncio.

“Fechem os olhos”, Ana volta a falar com amor. “Imaginem um lugar de muita calma. Árvores, barulho da água. Aqui há somente você e natureza….respirem e sintam a terra nos seus pés, o vento no teu rosto, sintam o calor do sol e olhem para o céu….

Uma voz no fundo: “ah, não. Lá vem esse papo zen. Eu não tenho tempo para isso não, minha filha”.

Ela segue. “Respirem comigo” e mais uma vez é interrompida: “Estou com calor”. “Não sei respirar”. “Minha religião não deixa fazer essas coisas, não”.

Ana não se abala, ela sabe o que faz. De olhos fechados respira e pede que observem os seus pensamentos.

Um pai se incomoda, levanta e vai embora. Uma mãe também. Aos poucos, todos vão saindo da sala. “Pensei que viesse alguém normal aqui me ensinar alguma coisa”.

A sala está vazia até que, um garoto que jogava bola lá fora entra e procura o seu pai, mas não acha. Ana o convida para sentar. Outro garoto de aproxima, e outro e outro. Depois foi a vez das meninas. Ficaram em círculos. Ana pede que imaginem um lugar….

A crianças amam a brincadeira de imaginar. “Eu vejo as estrelas”. “Sinto um cachorrinho do meu lado”. “Vi um passarinho”. “Eu me vejo indo tomar banho de cachoeira, aproveitar que meu pai não está”. “Professora, eu tenho vontade de sorrir”. Uma menina diz: “e eu de chorar.”

Ana fala que expressassem tudo o que sentiam. ”Não tenham vergonha, ninguém está vendo”. Ela apaga as luzes, aumenta o volume da música e pede que se soltem. “Vocês podem dançar, pular, gritar, chorar. O que sentirem”. Eles pulam de alegria, seguram as mãos dos amigos e correm para abraçar Ana. Eles estão se divertindo, brincando, se acalmando. Os pais espiam pela janela sem entender.

A garota que estava com vontade de chorar se aproxima: “obrigada tia Ana, eu chorava de saudades de algo que não sei! Mas você me acalmou. Parece até que já conhecia você.

Ana, sorri, abraça a menina e pensa: “que saudade estava de vocês”.

Ela sabia o seu verdadeiro lugar.

* Texto inspirado na história de Ana Carolina. Kin 180.

Abre a porta: segue o teu caminho.

Texto para todas as mulheres que se cobram demais.

Segue o teu caminho!

“Ela acorda, fala com Deus, agradece.
Ela se levanta, abre a porta, caminha até a janela: mas só enxerga nuvens.

Ao longo do dia, muitas dúvidas, cobranças; “tenho que fazer”; “e agora como será”. Ela sente um frio na barriga, o coração acelerado, um incomodo no pescoço. Ela vai se retraindo, dizendo “sim” mas querendo dizer “não”.

A noite chega, e olhando para lua, ela lembra que tem um prazo de vida. Que não sabe o seu tempo por aqui. É duro pensar assim, ela também sabe.

De olhos fechados ela tenta encher os pulmões de ar, nesse segundo ouve uma voz: “segue o teu caminho sem culpa”.

Ela então solta o ar, como se pudesse jogar tudo para fora: “para quê fazer algo para agradar? sofrer pelo passado? Ficar emburrada porque nada saiu como esperado? Para quê tanto medo de um futuro incerto? Para quê tanta cobrança?”

Ela lembra que se dentro estiver um caos, chegou a hora da transformação. Pois quando nela, tudo estiver em sintonia, será a hora da sua iluminação.

E assim, todas as noites, antes de se entregar para as incertezas dos seus sonhos, ela solta todo o medo e cobrança que a prendem, porque entendeu que mesmo com prazo, a vida dá chances para que ela reacenda a sua chama interior e faça escolhas mais conscientes.

Ao acordar, ela fala com Deus, se levanta, sorrir, abre a porta, caminha até a janela. E mesmo que tudo que ela ainda possa ver, sejam nuvens, ela hoje sabe que somente os raios do seu sol interior poderão fazê-la brilhar nesse caminho”.

Libertem-se das suas próprias limitações: abram a PORTA, deixem a luz do teu sol te guiar.

Basta!

A prática o Silêncio não é silenciar-se.

Não se cale: “boca foi feita para falar”.
Mas o quê sai daí de dentro é a grande questão.

Se não há pausas. As palavras virão carregadas de pensamentos atropelados, de sentimentos guardados, de assuntos misturados que poderá gerar uma guerra ou então a paz.

Praticar o silêncio é decidir aquietar a sua própria mente. Calar-se é aceitar manter a confusão aí, no seu ♥️.

Silêncio é respeitar-se.
Calar-se é desrespeitar-se.

Silêncio é resolver.
Calar-se é procrastinar.

Silêncio é buscar melhorar.
Calar-se é esperar passar.

Silêncio é liberdade.
Calar-se é prisão.

Silêncio é solitude.
Calar-se é solidão.

Silêncio trás clareza.
Calar-se confusão.

Silêncio acalma.
Calar-se amedronta.

Silêncio é sabedoria.
Calar-se é vitimização.

Silêncio é poder.
Calar-se é medo.

Silencio é se libertar.
Calar-se é controlar.

Pratique a sabedoria do silêncio, observe os seus pensamentos para agir de maneira inteligente, ao invés de reagir sem pensar.

Somos todos espelhos uns dos outros. Usemos o poder da fala para nos expressarmos e não nos entalarmos.

Ninguém nos ensina a lidar com as emoções. Nem à indentifica-las. Tudo bem se passamos boa parte do tempo nos calando. Fizemos o nosso melhor. Mas, basta! Precisamos nos expressar.

Começa no silêncio. Vai dando espaço para ouvir tua intuição. Depois usa essa força para libertar-se desse medo desnecessário sobre a tua própria escuridão.
💜

Forte mesmo é quem assume a sua liquidez

Ela, cheia de sonhos, de planos, cheia de ideas. Ela cheia de criatividade, sorrisos, abraços. Ela que diz, que vai, que faz. Que segue a luz, o sol, a paz.

Se viu parada. Presa. Cansada.
A espera a encolheu. E então ela se escondeu. Calou. Murchou. Põe a máscara que ninguém vê.

Ela pensava: “talvez alguém uma dia saiba. Enxergue. Pergunte olhando nos olhos. Quem sabe entenda”. Mas é provável que não. Cada um em seu casulo, envolvido em seus desafios, seu medos, julgamentos, exclusões, em seus celulares, cabeça baixa, mundo paralelo.

Ela então, decidiu: mergulhou, observou, analisou, expandiu e até compreendeu. “Nada será como antes”. Quem poderia oferecer esse cuidado, carinho, atenção que era idealizou ao voltar? Era somente ela mesma. Parece fácil enxergar, mas não foi.

Então ela se abraça, liga o som, dança para si, sorri no espelho, toma seu chá, abraça seu livro, caminha sem pensar: “sou luz, sim. Mas sou sombra. Sou forte. Sou fraca. Sou alegre. Sou triste. Sou animada. Sou quieta. Sou fases”. Ow! É isso: voltei para me olhar e me aceitar.

😳💗✨

Tudo é impermanente, seja gentil com você

Um ser iluminado não existe Nessa Terra só mesmo lá no céu. Se olha, aceita a sua própria história, e essência. Para de se entalar; fingir não sentir; para de passar por cima.

Se aceitar é amadurecer, crescer, evoluir. Ofereça seu ombro à você mesma e então, quando nem imaginar, novos gestos irão se aproximar.

Chora, libera, fala, extrapola. Se perde, depois se acha. Aprende: sentir é humano, ok? Essa crença não é sua.

Ela então, enxergou que voltar não é retroceder. Perder tempo. Encolher. Engolir. Sofrer. Voltar é resolver. É transformar sombra em luz com paciência, fé, com coragem. E isso, mulher, tu tens de sobra. Não esquece!

O processo não tem fim. A todo dia há novas questões a se resolverem. Algo morre dentro de você, para algo novo nascer. E isso, acontece aqui e em qualquer lugar.

Morando no meu quarto

Durante um ano inteiro, “nada aconteceu”. Nada como eu estava acostumada: grandes movimentações. Viagens. Congressos. Mudanças. Novidades.

Fiz um plano: voltar à minha cidade; ficar com meus pais; casar o irmão. Seguir me aventurando; viver estudando.

Cheguei de visita, mamãe na cozinha, eu só no quarto. Mas com poucos dias, a porta fechou, a vida falou: você vai ficar, vai se enxergar. Você vai aguentar e vai aceitar.

Eu era visita, lá meu quarto. Que tem cama e armário. Tem livro bagunçado e é todo deslocado. Não tem ar, não tem luz. Tem barulho pra todo lado.

Estar de volta reforçou que nada seria igual. Voltar ao passado era como me apagar. Engoli esse medo de me ver paralisar. Me fechei, me calei, só me desestruturei.

O pânico vinha no meu coração. Batimentos acelerados. Falta de aceitação. Voltei a ficar sem ar, comecei a não dormir. Pesadelo, olho inchado, café para acordar. Almoço só pelo jantar.

Passei a não mais me ver.

Ora choro, ora sono, comecei a desaparecer.

A tristeza controlava todas as possibilidades.

Era Fabi aqui murchando sem enxergar a verdade.

Me achei a mais das menos. E a maior de todas mais.

Estava menos focada; mais perdida e calada. Menos produtiva; ridiculamente emotiva. Menos engraçada; mais feia e desastrada. Menos corajosa e muito mais medrosa. Fiquei sozinha e também desconectada.

Parei então de me olhar no espelho. Engordei, perdi cabelo. Joguei as roupas foras, voltei às compensações. Me sabotei, gastei dinheiro.

Sem saber estava em choque.
Com ciúme, solidão. Minha criança apareceu e mostrou o que queira. Era calma, paciência, mais aceitação. A minha pequena precisava ser melhor que ninguém não. Agora vou te dar mais amor e atenção.

Mas como aprendi, tudo aqui é impermanente. Talvez me sentisse sozinha, mas sem saber, alguém me via. Arenusa socorreu. Ruth fortaleceu. Renata percebeu. Mariana incentivou. Gleyce reconectou. Amanda visitou. Fiz também novos amigas. Foi Raissa quem surgiu. Paulinha acendeu. Renata dividiu. Tomás também ouviu e Lilian sorriu.

Tudo agora fez sentido. Falei mais com vovó. Aceitei o meu avô, enxerguei as outras avós. Soube de tanta história. E eu agora já sei, libertei toda uma geração.

Falei com muitos anjos, descobri os meus arcanjos, pedi mais proteção.

Criei o meu projeto. Assumi as minhas escolhas. Abracei minha condição.

Aprendi sobre os meus ciclos. Encontrei a Constelação.

Desenterrei antigos sonhos, compreendi as relações.

Descobri a astrologia e tudo de energia.

Desapeguei dos excessos, encarei antigos medos. Escrevi meus pensamentos. Ajustei algumas palavras. Anotei as minhas sombras. Liberei algumas crenças.

Fui dormir então com fé. Mas acordei no desespero. De manhã levei numa boa, falei a minha intenção. Acreditei em uma mudança. Ela só vem do coração.

Foi um ano de limpeza. E assim evolui.

A vida me avisou: a mudança é de dentro.

Tudo isso daqui do quarto, que foi meio improvisado, e que agradeço bem agora, por essa trajetória.

Foi silêncio no início e profundo no final. Hoje eu abro aquela porta, e te falo, na moral. Eu achei o meu lugar, bem aqui dentro de mim. Chegou a minha hora de voltar a decidir.

O Universo mandou dizer

Chato sentar em uma mesa e alguém falar sobre a vida de uma pessoa que nem está lá. Pior: de quem ele nem conhece verdadeiramente.

Quem está certo? Quem está errado? “Ele deveria ter feito isso” ou “ela deixou de fazer aquilo”.

Para, por favor. Vai gastar energia em você: criatura incrível e perfeita. Que sempre acerta.

Temos nossas opiniões e convicções sobre a vida e tudo bem, mas sair por aí, comentando sobre escolhas das outras pessoas, que nada tem a ver com você, é gastar tempo energia demais.

“É só um comentário” você me diz. Mas ele vem cheio de julgamentos, meu bem. Não é inofensivo.

Olha, se puder fazer algo, começa a ter conversas em que você fala como se sente; o quê sabe, o quê não sabe. Fala sobre os seus medos, desejos, sonhos, vontades. Como é gostoso conversas honestas e verdadeiras. Experimenta.

E ouvir? Já praticou? Bem, se você vive julgando o outro, provavelmente não presta atenção, para já dar a sua opinião. Que tal na próxima vez em que encontrar uma pessoa, fazer perguntas sobre ela?

“Como você está se sentindo” é muito diferente de “tu visse o quê fulano fez?”. Normalmente a frase termina com um “adjetivo”. Que coloca um semelhante SEU como inferior. Porque você deve ser melhor, claro.

A violência nesse mundo começa aí contigo, aqui comigo. Na forma como falamos. Com essa polarização. Esse extremismo. Essa separação.

Não somos seres melhores do que ninguém. Só lembrando.

Tá vivo? Então estamos no mesmo barco. Mesmo Planeta.

O Universo avisa, a vida é rara, meu amigo. Tão rara.

Eu tenho um sonho

A infância é uma fase da vida que acompanha o ser humano durante toda nossa existência. É ela que conecta o adulto ao entusiasmo, criatividade, leveza, curiosidade, humor, espontaneidade. Porém, algumas experiências de desamor, exclusão e abandono, fazem com que a criança se retraia como forma de defesa.

Mas, tudo isso pode ser diferente, se você quiser. Não delegue essa responsabilidade para outro alguém. Tudo começa a partir de você, de onde você está agora, com o quê você tem hoje.

Eu tenho um sonho de que o adulto, em que você se tornou, se questione com frequência: “tenho sido a minha verdadeira essência ou tenho reagido e repetido sem pensar o quê recebi na minha infância?”

Bem, ainda nem sou mãe. Mas sou uma filha, fui criança e sou mulher. Falo portanto, por mim: o quê uma criança sente, importa.

Escrevo aqui, uma carta à todas as crianças que ainda vão nascer.

“Eu tenho um sonho de que todos os conflitos dentro de casa, possam ser resolvidos através da conversa e do respeito entre pais e filhos. Que da boca de cada um, saiam palavras verdadeiramente doces.

Meu bem, senta aqui ao meu lado, de ouvidos bem abertos: não tenha medo de ser você. Se respeite e nunca abaixe a sua cabeça. Sonhe alto e acredite: o seu futuro só depende de você.

Eu tenho um sonho de que a comunicação seja valorizada como um caminho para a cura dentro da sua família. Eu sonho que todos vocês: seu pai, sua mãe, sua irmã, irmão conversem. Que enquanto alguém estiver falando, você ouça verdadeiramente, concordando ou não, mas sem julgamento de certo e errado. Somente não deixe de dar o seu ponto de vista. Se alguém que você ama discordar, está tudo bem. Você não precisa convencer ninguém. E esse alguém também, não, ok?

Eu tenho um sonho de quê nenhuma palavra que saia da boca de seus pais, te definam. Se alguma te machucar, fale. Fale o quê pensa, o quê acha, dê o seu ponto de vista e sobretudo, fale como se sente.

Não se diminua para se encaixar a um padrão que alguém implantou na família e ninguém questionou até agora. Ao mesmo tempo, não os culpem: eles te deram a vida, e foram quem podiam ser.

Lembre-se: você é único, permita-se brilhar. Para isso é preciso aceitar as tuas próprias sombras. Olha, eu vou te falar: abraçar a sua vulnerabilidade não é ser frágil, é ser corajoso. Você não precisa ser perfeito. Nem melhor, nem pior. Você já é incrível exatamente como é. Confia na sua força, no teu sorriso, na tua alegria e joga fora a capa de vítima que costuma usar.

Eu sei, ela é tudo para você. Foi para mim também. Com ela, mamãe nos dá mais carinho. O Papai, mais presentes. Vovó, arruma um jeitinho. Mas essa capa é pesada demais. Troque-as.

O mundo, precisa de você agora mesmo. Vai lá dançar, brincar, pular, fazer careta. Vai desenhar. Colorir. Sorrir. Vai fazer a tua arte. Vai bater as tuas asas e voar”.

Como uma criança vai questionar? Bem, quando você, já adulto, começar a mudar, parar de julgar, se valorizar, e começar a sonhar. E eu aqui, sonho que possas enxergar as tuas asas.

Por isso, essa carta é para a criança que um dia será um adulto. Esse adulto quem deve se conscientizar. Não significa que vais resolver o mundo hoje, mas é no hoje que você vais mudar o amanhã de uma criança. Do teu filho. Filho do teu filho ou de outro alguém.

Esse é o meu grande sonho: que os seus pensamentos, palavras e atitudes contribuam para a felicidade de todos.

Bem, você pode dizer que eu sou uma sonhadora. Mas eu não sou a única”. Eu espero que um dia você se junte a mim. E ai, então, seremos nós, e aos poucos o mundo “será um só”.