Laço (ao invés de nó).

Você já se viu vivendo situações parecidas que algum integrante da sua família já viveu? E se algo for desafiador, você se percebe reclamado sobre o quanto não está dando certo? O quanto você fez algo errado?

Somos especialistas em nos colocar para baixo, nos lamentar, procurar um erro. Quanto mais nos criticamos mais estamos criticando os nossos pais.

“…meu pai era assim assim; a culpa é da minha mãe que…”. Ou então vivemos anestesiados achando que não precisamos mudar nada em nós e que temos a família perfeita. Como se perfeição fosse possível.

Ora, meu caro: nem 8, nem 80, já dizia a minha mãe. Aqui é 50 para cada lado.

Somos a união de pai e mãe. Não há como fugir de tudo de incrível e brilhante. E tudo de estranho e escuro.

Por quê então não reconhecemos o nosso brilhantismo e aceitamos a nossa escuridão?

Assim, estaríamos honrando eles, que vieram antes que nós e fizeram o melhor que podiam, por nós.

Por isso hoje, quero lembrar da minha metade pai, e minha metade mãe.

“Do meu pai, aprendi a incrível capacidade de imaginar. De crê no impossível, acreditar em meus sonhos e ir lá, vivê-los.

Contamos histórias mirabolantes. Somos personagens das maiores aventuras. Nós fazemos acontecer, pai. E talvez isso faça com que queiramos ter sempre razão. A gente acredita que vai dar certo. Somos teimosos.

A nossa essência é de criança. Aventureiras, divertidas, engraçadas.

Você comprou uma boneca e a chamou de filha. E eu nasci como a boneca do meu pai. Mas sabe? O incrível é que voce nunca me colocou em caixas de Brinquedos ou me deixou parada ali, em uma estante. Nunca me falou que eu deveria ser somente uma boneca ou me fez aquela velha pergunta limitada que adultos insistem em fazer: “o quê você vai ser quando crescer?”

Talvez porque sempre me viu como uma boneca gigante. E nunca esperou que eu me tornasse alguém: para você eu já era tudo!

Obrigada pai, por mostrar para a boneca, que ela podia ter asas. Só bastava imaginar. E que para voar, ela iria cair, mas jamais deixasse que cortassem as suas asas.

Você sabe: ela caiu. Tropeçou. Despencou. Se quebrou. Precisou aprender a flutuar para desfrutar dos seus voos.

Quem ajudou nos voos, foi os 50% da minha mãe. Em todos os quedas, lá estava ela ao meu lado. Apoiando. Torcendo. Me amando. Me dando calços para eu ter coragem de saltar.

Sabe mãe, de você eu herdei dei o amor incondicional. Somos sensíveis e temos uma força interior inexplicável. Resilientes. Esperançosas. Sorridentes.

A gente sabe se divertir, sorrir e iluminar. Não Gostamos de arrumação e amamos mudar tudo de lugar.

Obrigada, mãe, por nunca falar o que menina tinha que fazer. Por não me obrigar a fazer o que não gostava de fazer. Você sabia. Eu merecia mais.

O meu desejo, mãe, é que você, seja livre e feliz com Sua escolha. Mesmo que eu já tenha te julgado um dia.

O meu desejo, pai, é que você seja livre e feliz com sua escolha. Mesmo que eu já tenha te questionado um dia.

Imagem encontrada na internet sem referência.

É com tempo, que a gente escolhe dar laços, ao invés de nós, nas histórias da nossa vida. E assim, aos poucos todos poderão ser livres e felizes com suas escolhas”.