Não tira a razão de quem não tem razão

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Moça, você é feliz?

Minha vida começou a se transformar depois dessa pergunta. Respondi: “Sim! Muito!”

– Sim? Mas qual o percentual?

– 100% ora!

– Verdade? Em todas as áreas?

– Acho que sim, respondo eu. Mas quais áreas, você quer saber?

Já achando que nem sou mais tão feliz assim.

– Espiritualidade, por exemplo. Qual seu percentual de felicidade em relação à sua fé?

Balbuciei, mas não soube dizer nada.

– E em Relação à sua vida profissional, estás satisfeita?

– Sim, eu acho que…

Ele não me deu tempo e continuou:

– E sua vida pessoal, intelectual, familiar? Tudo 100%?

– Não, moço (Não mais, pensei).

-Não lhe falta nada?

Fitei os olhos naquele intruso e pensei….

E pensei…

(…) Alguma área pode até estar completa, mas é só você fazer uma escolha errada, que todo o resto desequilibra. E desequilibrou. Saiu do eixo. Perdeu a rota. O rumo. Tantos sentimentos. Sensações. Dúvidas. Medos. Vontades. Tanta Solidão.

Pura incerteza. Alguém me enxerga? Alguém me lê? Ouve meu coração? Meu olhar? Ele está dizendo tanto. Tantas responsabilidades. Tantas obrigações. Tantas cobranças.

Alguém segura minha mão? Me orienta? Não. Não há tempo. As pessoas perderem o “feeling”. O mundo está frenético. Uma vida corrida. Um egoísmo moderno. Filhos. Trabalho. Casa. Compras. Contas. O importante está sendo deixado de lado. As pessoas estão sendo esquecidas.

Uma pena. Achei que não seria assim. “Ah, comigo, não. Eles nunca me deixarão na mão”. E não foi bem assim. Achei que teria amigos para vida inteira. Achei que teria aquele abraço para sempre. Mas cada um seguiu a sua vida, fez as suas escolhas. Não tem o certo ou o errado, apenas quem decidiu e quem ficou a esperar.

E eu, romântica assumida, tenho esperado o mesmo olhar sincero de anos atrás. O abraço apertado. O telefonema sem intenção. A visita. O encontro. A lembrança.

E eu, já enxergando utopia em minhas palavras, vivo a esperar o apoio que gostaria.

Então, eu, sem receber as palavras certas, sinto aquela tal, frustração. Um sentimento estranho que aperta o peito e nos faz questionar e nos cobrar de termos dado ao outro a capacidade de interferir em nossas vidas.

Ninguém tem nada com isso, não dá mais para esperar, é preciso decidir.

Talvez agora seja a hora de novos amigos. Novas histórias. Novas encontros. Talvez agora seja a hora de mudar a rota. Sozinha e/ou com quem quiser vir comigo. Talvez agora eu devesse escolher e não mais, esperar.

Talvez não. Agora é a hora de refazer um caminho.

(…)

– Falta equilíbrio, Moço! (Disse eu em volta alta). Esses 100% dependiam dos outros e não de mim. Me falta parar de sofrer pelo o que gostaria que fizessem, para focar em ser, sentir e decidir o que gostaria de fazer.

– Pois é moça, se você diz se sentir plenamente feliz, cuidado para não se tornar uma conformada com as situações. É preciso buscar o seu melhor para manter um equilíbrio entre ser forte e sentir-se tranquila.

E agora eu, mais tranquila, não mais fiquei sem respostas para o tal moço que perguntou o que eu não queria responder, mas que assim, me fez forte, para mudar e querer uma vida de novas possibilidades.

“…Não tira a razão de quem não tem razão. Não ponha a mão no fogo pois é verão. Não dou razão a quem perde a razão. Presta atenção.

Então, vá procurar. O que caiu da mão. Refazer sozinho o caminho. Olhando pro chão”.