Ontem não foi bom. Teve aperto no peito e medo. Tiveram lágrimas, dúvidas e até desespero. Fazia sol pela janela, mas no fundo tudo estava cinza, nublado, sem cor. Nada fazia muito sentido. As explicações para esse dia nada agradável são muitas, mas que não valem aqui, ressaltar.
Então queremos sumir, mas temos milhões de obrigações.
Então queremos colo, mas ninguém percebe nossa feição.
Então queremos esquecer, e vamos a um bar, afinal, garçom sempre olha nos nossos olhos e sabe que precisamos de algo.
No outro dia, nada mudou. Pior: a dor aumentou. Agora aquela que vinha do coração sobe para cabeça e você, além de sentir ressaca, começa a pensar o quão fraca você é, por não conseguir administrar seus pensamentos.
Tem dias em que a gente fraqueja, e se envergonha disso;
Tem dias que achamos que o mundo e as pessoas dependem de nós, e não conseguimos ajudar;
E tem dias que travamos, e não conseguimos resolver, decidir, nem seguir.
Nessa vida, assumir fragilidade é o que há de mais verdadeiro, sincero, real. É preciso força, coragem, vontade. É preciso olhar em volta. É preciso fé, desejo, sonhos. É preciso querer.
Então feche os olhos. Respire. Sinta. Entenda e se descubra.
Amanhã a música do carro vai te tocar e te fará sorrir. O trânsito estará fluindo, você olhará para o céu e agradecerá por estar viva. Ontem já é o seu hoje, e você conseguiu seguir a dieta, seu companheiro te ligou apenas para dizer: conte comigo, sua cama estava ali quentinha, teu salário entrou, tinham flores na sua casa, o jantar estava uma delícia. Aos poucos tudo o que é comum é levado em consideração.
Você sorrir verdadeiramente, e lembra de agradecer. Foi só um dia ruim, Maria.
“…Mas é preciso ter força. É preciso ter raça. É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca. Maria, Maria. Mistura a dor e a alegriaMas É preciso ter graça. É preciso ter sonho sempre. Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania. De ter fé na vida”.
Soulfabilemos 